Cruzando as Portas da Percepção[1]

Tom Valença

 

A porta que se fecha

se abre do outro lado

assim como os passos que te seguem

seguem do teu sapato

O pneu que vira e mexe, fura

te deixa na mesma curva

 mesmo porque a chuva que molha

não chove na sua horta

Bem como o gelo que se quebra

se quebra em sua janela

pela simples razão

da  sombra que te toca

desaparecer em tua porta

 



[1] Fragmento de pele do livro As Peles da Lua, em construção.