Dos fios quotidianos à trama terapêutica:subjetividade, uso de drogas e experiência. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, UFSC, 2009.
Este trabalho aborda experiências de usuários de “drogas” na grande Curitiba, no estado do Paraná – sob a perspectiva dos próprios sujeitos – que desencadearam o acionamento de intervenções terapêuticas, a partir de etnografia realizada em instituições que se voltam ao “tratamento de usuários de drogas”, a saber: igreja do Santo Daime Céu da Nova Vida, Comunidade Terapêutica Água da Vida e um grupo da Associação dos Alcoólicos Anônimos. Conjuntamente com relatos pessoais, percebi que as experiências narradas assumiam o contorno de narrativas biográficas. Com estas indicações, busquei compreender as vinculações entre estes relatos específicos, as possibilidades de sua emergência e as experiências objeto de estudo. Pude perceber que estes locais envolvem uma série de características, representações e sociabilidades e punham em curso a projeção de uma “identidade de dependente químico” e através dela, com maior ou menor sucesso, a incorporação de um habitus”. Como desdobramento deste processo, notei a produção de sujeitos, que definem modos de ser/estar no mundo, situados e constituídos através de deslocamentos internos à circunscrição do que podemos chamar de um “dispositivo das drogas”.