O consumo de drogas e seus controles: uma perspectiva comparada entre as cidades do Rio de Janeiro, Brasil, e de San Francisco, EUA. Rio de Janeiro, Brasil: Consequência Editora, 2016.
Este trabalho, de maneira geral, diz respeito ao consumo de drogas no Brasil, em especial na cidade do Rio de Janeiro. Como é tratado o consumo de drogas? O que é feito com os consumidores? Como lidamos com essa questão? Essas são algumas perguntas que me orientaram na construção do problema de pesquisa. Essas perguntas, contudo, podem ser abordadas de diversos ângulos diferentes. Tomo como referência, além do ponto de vista dos próprios consumidores de drogas, os discursos e as práticas do direito e do saber médico na medida em que informam poderosos sistemas normativos sobre as drogas nas sociedades contemporâneas.
Para discutir essa questão, realizei trabalho de campo em lugares que favoreceram o encontro desses conhecimentos distintos – mas não excludentes – acerca das drogas. É o momento, por exemplo, em que um consumidor de drogas é capturado pelas redes do sistema de justiça criminal, seja através de uma abordagem policial nas ruas, seja nos Juizados Especiais Criminais – JECrim. Ou quando ele, por livre e espontânea vontade, procura atendimento médico numa clínica de saúde por conta do consumo que faz. Penso que nessas situações podemos observar com mais facilidade de que maneira os sistemas normativos oficiais afetam os consumidores de drogas e, inversamente, como estes se relacionam com essas normatividades.
O objetivo específico deste trabalho é jogar luz sobre a relação entre esses sistemas normativos e as práticas sociais dos consumidores de drogas na cidade do Rio de Janeiro.