Juventude Criminalizada. Florianópolis, Editora Insular, 2010.
Este livro analisa as formas de sociabilidade demarcadas pelo estigma que os jovens das comunidades periféricas que vivem em meio à criminalidade recebem cotidianamente, na medida em que transitam pelas metrópoles, através da equivocada tríade vinculativa entre violência, criminalidade e drogas. Este fenômeno produz prisões simbólicas que submetem os corpos destes jovens à disciplina e ao controle. Entretanto, quando estes se envolvem no crime e são julgados culpados, acabam sendo encaminhados para unidades de internação que, juridicamente, propõem um caráter pedagógico, mas que, na prática, têm a punição como método. É a partir desta relação entre sociabilidade juvenil, violência e criminalidade que o autor Pablo Ornelas Rosa escreveu este livro, buscando refletir sobre os mecanismos disciplinares e de controle impostos a esta juventude que se encontra estigmatizada em decorrência de suas condições sociais.
Como escreve Vera Malaguti Batista no prefácio desta obra: “A nossa juventude não está sendo criminalizada pelo que lhe falta, mas pelo que lhe sobra: potência e rebeldia. É a sua força, sua resistência que vai demandar que recaia sobre ela não só a prisão, mas também o controle da sua movimentação, sua circulação pelas cidades, aquilo que Edson Passetti denuncia como controle a céu aberto. Qualquer lugar onde a juventude popular exerça sua potência será demonizado, desclassificado e criminalizado: das torcidas de futebol ao baile funk”.