Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos, 2016.
Beatriz Caiuby Labate, Frederico Policarpo, Sandra Lucia Goulart e Pablo O. Rosa (orgs)
Este livro visa refletir sobre as representações acerca do consumo de substâncias psicoativas e discutir instrumentos teóricos e metodológicos que permitam compreender os padrões de consumo, seus efeitos e os controles que os cercam. Contempla a multiplicidade de discursos e práticas que coexiste em torno das “drogas”. Tanto as estratégias de controle sobre as experiências de consumo, como aquelas mobilizadas para garantir esse consumo são consideradas em suas singularidades, isto é, a partir de sua própria constituição. Nenhum discurso serve como referencial externo para a interpretação de outros: o que dizem e fazem os agentes da lei e da saúde são tão legítimos quanto o que dizem e fazem os que consumem ayahuasca, álcool, crack ou ritalina. Nesse sentido, propõe-se problematizar o paradigma “médico-legal”. Ao mesmo tempo, busca-se superar a dicotomia “efeitos farmacológicos” versus “aspectos culturais”, promovendo o diálogo entre diferentes campos de conhecimentos, de modo a se pensar o tema a partir de uma perspectiva mais integrada. Para tanto, o livro comporta: 1) Etnografias sobre as práticas de consumo de “drogas”, “plantas” e/ou “remédios”; 2) Regulamentações e controles sobre as “drogas”: Legislativo, Tribunais de Justiça e Delegacias; e 3) Análises dos serviços de saúde, atendimento e tratamento de pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas.