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Programação

Local: Anfiteatro do Departamento de História – FFLCH – USP
Av. Prof. Lineu Prestes nº 338, Cidade Universitária, São Paulo (SP).
Contato: (011) 3091-2364, flh@edu.usp.br, http://www.fflch.usp.br/dh

Data: 29 e 30 de setembro de 2005

Inscrição: a participação é gratuita e não é necessária inscrição prévia. Não será oferecido certificado de participação no simpósio.

Realização:
NEIP – Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos

Apoio:
FFLCH/USP
Departamento de História – USP
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social – USP

Colaboradores:
Alto das Estrelas
Ecologia Cognitiva
Psicotropicus
Dínamo (ONG – Informação responsável sobre Drogas e Afins)
Aborda (Associação Brasileira de Redução de Danos)
IHRA (International Harm Reduction Association).

Comissão Organizadora:
Prof. Dr. Henrique Carneiro (História-USP/NEIP)
Prof. Dr. Júlio Simões (Antropologia-USP/NEIP)
Prof. Dr. Edward MacRae (Antropologia-UFBA/CETAD/NEIP)
Sandra Lucia Goulart (Doutora em Ciências Sociais/NEIP)
Beatriz Labate (Doutoranda em Ciências Sociais-Unicamp/NEIP)

Justificativas e Objetivos:

  1. Apontar para a relevância do estudo da questão das drogas psicoativas na atualidade.
  2. Destacar a abordagem das Ciências Humanas na compreensão bio-psico-social das substâncias psicoativas.
  3. Situar historicamente o debate sobre as drogas, sua classificação e estatuto legal.
  4. Discutir a natureza dos controles sociais formais e informais no uso de substâncias psicoativas.
  5. Debater as diversas implicações da política proibicionista e das propostas alternativas.

PROGRAMAÇÃO DO SIMPÓSIO:

PRIMEIRO DIA – 29 DE SETEMBRO

10:30hs Abertura – Prof. Dr. Henrique Soares Carneiro (História-USP/NEIP)

10:45hs Conferência – Anthony Henman (Mestre em Antropologia, Escritor e
Pesquisador Independente da Fundacion Plantas Maestras – Peru, Lima/NEIP)
“Ética humana e sabedoria das plantas”
Apresentação: Prof. Dr. Júlio Simões (Antropologia-USP/NEIP)

12:00hs – 14:00hs Pausa para almoço.

14:00 – 16:00hs Mesa Redonda 1 – Os diferentes usos da ayahuasca: da floresta aos espaços transnacionais.

Expositores:
Dra. Sandra Lucia Goulart (Doutora em Ciências Sociais, Unicamp/NEIP) – “Diferenças mediúnicas no culto do Mestre Daniel”
Leandro Okamoto (Mestre em Ciências da Religião, PUC-SP/NEIP) – “Limpeza, cura e ordem no Santo Daime”
Christian Frenopoulo (Mestre em Antropologia, Universidade de Regina, Canadá/NEIP) – “Iglesias de Ayahuasca: del chamanismo a religiones universales de salvación”
Beatriz Labate (Doutoranda em Ciências Sociais, Unicamp/NEIP) – “Notas sobre a expansão das religiões ayahuasqueiras brasileiras para o exterior”
Coordenação: Prof. Dr. Edward MacRae (Antropologia-UFBA/CETAD/NEIP)

16:00-16:15hs Intervalo.

16:15hs – 18:15hs Mesa Redonda 2 – As drogas na História

Expositores:
Prof. Dr. Henrique Carneiro (História-USP/NEIP) – “As drogas e a historicidade dos conceitos. Autonomia e heteronomia nas tecnologias químicas da subjetividade”
Prof. Dr. Norberto Guarinello (História-USP) – “O vinho: uma droga mediterrânica”
Alexandre Camera Varella (Mestrando História-USP/NEIP) – “Y que no sea borracho ni coquero”: psicoativos e o Mundo Andino em Guaman Poma”
Coordenação: Prof. Dr. Julio Simões (Antropologia-USP)

Das 18:30hs às 21:30hs.- Lançamento de dois livros organizados por pesquisadores do NEIP (atenção: programação fora da USP)

1 – Labate, Beatriz e Goulart, Sandra (orgs.). O uso ritual das plantas de poder. Campinas, Editora Mercado de Letras, 2005.

A coletânea, reunião de quatorze artigos de colaboradores de cinco países, vem ocupar uma lacuna na reflexão das Ciências Sociais sobre o tema das drogas ou das plantas psicoativas. Através do enfoque da etnologia, da antropologia, da história e da etnobotânica são analisados diversos contextos de consumo de substâncias psicoativas. Variedades de rapé utilizadas por povos indígenas da Amazônia, raízes como a jurema nordestina ou a iboga do Gabão, a folha de coca nos Andes e na Amazônia, a Cannabis nos ambientes afro e indígena, a ayahuasca da selva peruana aos grandes centros urbanos brasileiros e algumas outras espécies menos conhecidas, são alguns dos temas abordados na obra. Destaca-se como o consumo de plantas de poder está associado à organização de complexos sistemas cosmológicos, ao surgimento de ricos cultos sincréticos, a promoção da identidade social, a redes multiétnicas de intercâmbio, ao gerenciamento de conflitos religiosos ou tribais, à produção artística, ao autoconhecimento, entre outras coisas. O uso destas substâncias implica numa articulação entre diferentes esferas da vida, como a política, a terapêutica, a xamânica, a estética e a cultural. A análise dos vários contextos e agentes explicita continuidades e descontinuidades entre os usos religiosos, profanos, modernos e tradicionais, ou entre substâncias naturais e artificiais, rompendo assim com dicotomias pouco úteis à reflexão sobre as “drogas”. A leitura da obra destaca o uso ritual e religioso de psicoativos, praticado em diferentes culturas e épocas históricas, mas pode ser boa também para pensar o consumo de drogas na sociedade contemporânea, apontando para alternativas a uma política meramente proibicionista, dependente de um mercado ilícito que só dissemina, cada vez mais, violência, miséria, exclusão e guerra.

O livro conta com artigos dos pesquisadores do NEIP Beatriz Labate, Sandra Lucia Goulart, Henrique Soares Carneiro e Edward MacRae.

2 – Venâncio, Renato P. e Carneiro, Henrique S (orgs.). Álcool e Drogas na História do Brasil. Belo Horizonte/São Paulo, Editora da PUC/Alameda, 2005.

Esta coletânea, com catorze textos de dezessete autores, publica os resultados do Simpósio “Álcool e drogas na história do Brasil”, realizado na Universidade Federal de Ouro Preto, no ICHS, em Mariana, em junho de 2003.Do cauim e dos remédios de antigos boticários ao sacramento de religiões mestiças que usam alucinógenos em rituais devocionais, passando pelo uso do vinho nas práticas de sedução e da aguardente nas revoltas escravas, o conjunto de pesquisas reunidas neste livro oferece um panorama inédito do significado que o álcool e as drogas tiveram na história do país.

O livro conta com artigos dos pesquisadores do NEIP Henrique Soares, Beatriz Labate, Mauricio Fiore e Thiago Rodrigues.

Local: Livraria da Vila – R. Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena – São Paulo (SP)
Tel: (11) 3814- 5811 – livrariadavila@livrariadavila.com.br e http://livrariadavila.com.br

SEGUNDO DIA – 30/SETEMBRO

8:30-12:45hs Grupo de Trabalho: “Diferentes dimensões do uso de psicoativos”

8:30 – 10:15hs – Sessão Temática I – Psicoativos, processos identitários e construção da subjetividade.
1. Maria Isabel Mendes de Almeida (professora do Depto. de Sociologia e Política da PUC-Rio e coordenadora do CESAP/UCAM) e Fernanda Eugenio (Doutoranda em Antropologia Social (MN/UFRJ) e pesquisadora do CESAP/UCAM) – “Paisagens Existenciais e Alquimias Pragmáticas: uma reflexão comparativa do recurso às “drogas” no contexto da contracultura e nas cenas eletrônicas contemporâneas”
2.Tiago Coutinho (Mestre em Antropologia Social, UFRJ) – “O uso do corpo nos festivais de música eletrônica”.
3. Lucas Kastrup (Mestrando PPCIS-UERJ) – “Rastafari: A “Natureza” como construção da identidade religiosa”. 3. Lucas Kastrup (Mestrando PPCIS-UERJ) – “Rastafari: A “Natureza” como construção da identidade religiosa”.

10:15 – 10:30hs – Intervalo.

10:30hs – 12:45hs – Sessão Temática II – Psicoativos, Cura e Xamanismo.
4 . Renato Sztutman (Doutorando em Antropologia, USP) – “Festa e embriaguez na Amazônia indígena”
5 . Laércio Fidelis Dias (Doutorando em Antropologia, USP) – “Aspectos sócio-culturais do consumo de bebidas alcoólicas entre os grupos indígenas do Uaçá.”
6 . Rafael Guimarães (Biólogo, Mestrando em Psicologia, UnB) – “A cura religiosa no contexto de um grupo da Barquinha – uma religião ayahuasqueira brasileira”.
7 . Isabel de Rose (Mestre em Antropologia Social UFSC) – “Algumas reflexões sobre a ‘cura’ no Santo Daime”.
8 . Wladimyr Sena Araújo (Mestre em Antropologia Social pela UNICAMP/ Professor da UNINORTE/Consultor da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre) – “O Uso da “Fina Luz” no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade (Terreiro de Mãe Rosa)”
Coordenadora: Beatriz Labate (Doutoranda em Ciências Sociais, Unicamp/NEIP)

12:45-14:00hs Pausa para almoço.

14:00-16:00hs Mesa Redonda 3 – Drogas: mídia e poder.

Expositores:
Soninha Francine (Apresentadora de TV e Vereadora do PT) – “A lei, o tabu e os fatos”
Thiago Rodrigues (Doutorando em Relações Internacionais, PUC/SP; Nu-Sol/PUC; NEIP) –“Tráfico, Guerra, Proibição”
Mauricio Fiore (Mestre em Antropologia Social, USP, CEBRAP; NEIP) – “Entraves ao potencial da mídia como veículo do debate público sobre uso de “drogas”
José Ricardo Gallina (Mestrando em Ciências da Comunicação, ECA; NEIP) – “Sobre o poder de (des)construção das mídias”
Coordenação: Prof. Dr. Henrique Carneiro (História-USP/NEIP)

16:00-16:15hs Intervalo.

16:15-18:15hs Mesa Redonda 4 – Políticas de drogas e intervenções na esfera bio-psíquica-social.

Expositores:
Prof. Dr. Edward MacRae (Antropologia-UFBA/CETAD/NEIP) – “A importância dos controles sociais informais sobre o uso de substâncias psicoativas”
Dr. Décio de Castro Alves (Psicólogo Clínico – Coordenador do Programa de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde do Município de Santo André e Membro do Comitê Científico para políticas de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde) – “A política do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas”.
Mônica Gorgulho (Psicóloga; Mestre em Psicologia Social; Coordenadora da Dínamo/Diretora da International Harm Reduction Association) – “Redução de Danos, uma ampliação do olhar sobre o “fenômeno drogas”.
Anthony Henman (Mestre em Antropologia, Escritor e Pesquisador Independente
da Fundacion Plantas Maestras – Peru, Lima/NEIP) – “Política de redução de
danos frente à coca e seus derivados”
Coordenação: Mauricio Fiore (Mestre em Antropologia, USP/CEBRAP/NEIP)

Mostra permanente – Painel do Centro de Convivência É de Lei – “Redução de Danos como alternativa de Política Pública para usuários de drogas”.